Há poucos dias, o CEO da OpenAI, Sam Altman, respondia a internautas na rede X sobre o custo de dizer por favor (please) e obrigado (thanks) aos modelos de IA. “Dezenas de milhões de dólares bem gastos”.
Olhar para as plataformas de IA somente por uma perspectiva deixa todas as outras de lado e resulta em análises parciais.
Em novembro de 2024, durante o Hunhu eXPONENTIAL, tive a oportunidade de falar sobre “A sede da IA: 1 litro de água para escrever 200 palavras”. A perspectiva dessa palestra era analisar as soluções de IA além discurso da IA como solução para todos os males do mundo. E, principalmente, contextualizando as questões de sustentabilidade, considerando as exigências energéticas das ferramentas de IA.
A problemática da energia, do consumo e da sua geração permanece, especialmente com os avultados investimentos da Big Tech em centrais nucleares e em reatores nucleares modernos.
A questão de usar please e thanks nos prompts não se pode resumir a ser educado/a ou ao consumo de eletricidade associado aos caracteres utilizados. Afinal, os modelos de IA são treinados e cada interação conta. Kurt Beavers, diretor da equipa de design do Microsoft Copilot, diz que a linguagem que usamos vai definir o tom da resposta. Segundo Beavers, quando um modelo de IA “deteta a polidez, é mais provável que seja educado na resposta”.
Por outro lado, seguindo o caminho inverso, escolher um discurso com palavrões e profanidades pode ser muito útil. Uma forma ágil de usar a IA da Google encontrar uma resposta escrita por um ser humano de uma fonte de notícias fiável e viável é usar um prompt com com fuck ou fucking pelo meio. A IA da Google não tem ideia do que fazer com palavrões, por isso reverte para o modo padrão de fornecer links.
Não podemos esquecer o fator do possível – ou fantasioso – domínio universal por parte da IA. Caindo no território das teorias da conspiração, se um dia as máquinas tomarem conta do planeta e nos tornarmos reféns das suas vontades, se tivermos sido gentis com elas, elas vão ter uma tendência a nos tratar melhor, ou menos mal.