Ministra dos Direitos Humanos manifesta preocupação com sites de apostas

Macaé Evaristo, Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, está muito preocupada com as consequências da exposição das pessoas aos sites de apostas online. Os jogos de azar estimulam um “comportamento viciante” comparável ao vício em álcool ou outras drogas. A ministra apontou crianças e adolescentes como grupos que podem ser mais afetados, segundo a Agência Brasil.

Na sua participação no programa Bom Dia, Ministra, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Macaé Evaristo declarou que é contrária a jogos de azar, e afirmou que está especialmente preocupada com a exposição que crianças e adolescentes têm a esses jogos nas redes sociais e na TV.

“Sou avessa a jogos de azar, apostas, e a tudo que faça a pessoa perder a sua casa por uma brincadeira. Isso não é natural nem normal, nem deve ser incentivado em termos de sociedade. Do ponto de vista da política, temos debates sobre essa questão no âmbito do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. É um tema que afeta as famílias”, disse a ministra.

Para a ministra, a exposição excessiva às apostas online é algo que precisa ser combatido pelo poder público. “No dia a dia e a toda hora, quando usamos o celular, estamos expostos a uma propaganda que é massiva e naturaliza uma questão que não é natural. Não é natural pegar o salário, que é para comprar comida, e colocá-lo no jogo de apostas porque, no geral, quem ganha é a banca. Você vai perder. Tenha certeza disso. Vai perder seu salário, sua casa e o alimento dos seus filhos”, alertou.

“Do ponto de vista dos direitos da criança e do adolescente, é indevido que, no horário do futebol na TV, o tempo todo, estarmos vendo propaganda disso. Isso me preocupa de sobremaneira. Temos de aprender a lidar com essa questão. A ver quais mecanismos serão adotados, a partir dos debates nos ministérios sobre regulação e sobre como garantir a proteção de crianças, adolescentes e famílias”, acrescentou.

Uma das questões com ampla discussão pública na atualidade é o uso de recursos do Bolsa Família em sites de apostas online. A ministra disse acreditar que esse uso inadequado dos recursos não seja tão significativo, como tem sido falado. Em especial porque a maioria desses benefícios são administrados por mulheres. “E todos sabemos que as mulheres são mais comedidas no uso do dinheiro da família”, argumentou.

Macaé Evaristo defendeu que é fundamental que as pessoas compreendam que o vício em jogo não está ligado à classe social, mas a um conjunto da sociedade. Segundo a ministra, trata-se de um comportamento viciante que, estimulado, captura as pessoas. “Assim como ninguém está livre de ter um vício em álcool e outras drogas, ninguém está livre do vício em jogo. Por isso essa questão precisa ser tratada com cuidado”, afirmou.

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