Os primeiros testes, realizados em 8 pacientes, produziram resposta imune, semelhante à identificada em quem contraiu a doença e recuperou. Os resultados foram anunciados pela Moderna Therapeutics e, caso as boas notícias se confirmem, a vacina ficará disponível em janeiro de 2021.
A biotech Moderna Therapeutics, com sede em Cambridge, Massachusetts, anunciou na segunda feira, dia 18, que os voluntários a quem foi administrada a vacina desenvolveram anticorpos contra o novo coronavírus. Segundo, Tal Zaks, Chief Medical Officer da Moderna, a vacina pode estar disponível ao público em janeiro do próximo ano, conta o New York Times.
A primeira fase do ensaio clínico, durante a qual a vacina foi administrada a 45 participantes, serviu para avaliar se era segura e se provocava uma resposta do sistema imunitário. De seguida, mediram os anticorpos em oito dessas pessoas, concluindo que todas desenvolveram anticorpos que neutralizaram o vírus a níveis iguais ou superiores aos observados em pacientes que recuperaram naturalmente.
De acordo com declarações do CMO da Moderna, Tal Zaks, à CNN “demonstrámos que estes anticorpos, esta resposta imunitária, conseguem realmente bloquear o vírus”, explicando que “este é um primeiro passo muito importante na nossa jornada para encontrar uma vacina”.
A Moderna foi a primeira empresa a testar uma vacina experimental, a mRNA-1273, em humanos. Essa vacina contém parte do código genético do novo coronavírus e, apesar de não ser capaz de causar uma infeção, provoca uma resposta do sistema imunitário. A abordagem de mRNA da Moderna para a produção da vacina usa uma estrutura genética que pode ser rapidamente adaptada a cada nova ameaça viral.
A segunda fase do ensaio, que envolve 600 pessoas, já recebeu luz verde da FDA (Food and Frud Administration) e o CEO da Moderna Therapeutics, Stéphane Bancel, anunciou planos para avançar com a terceira fase em julho. Tudo está sendo preparado para aumentar a capacidade de produção em massa da vacina, como explica Bancel, “Estamos investindo na expansão da produção para maximizar o número de doses que podemos produzir para ajudar a proteger o maior número possível de pessoas do SARS-CoV-2”.
Dezenas de empresas e universidades estão empenhadas na criação de vacinas contra o coronavírus. A Moderna é um dos oito desenvolvedores em todo o mundo fazendo testes clínicos em humanos, segundo a Organização Mundial da Saúde. Dois outros, Pfizer, que tem parceria com a alemã BioNTech, e Inovio, também estão nos Estados Unidos, a Universidade de Oxford, que trabalha com a AstraZeneca, na Grã-Bretanha, e quatro na China, com destaque para CanSino.
Especialistas defendem que é essencial o desenvolvimento de várias vacinas para atender a necessidade global urgente de bilhões de doses, que está muito além da capacidade de produção de qualquer fabricante. No entanto, os cientistas alertam para a pressa e como pode comprometer a segurança, ao criar uma vacina que não funciona ou até prejudica os pacientes.
Os resultados do estudo, liderado pelo National Institutes Health, não foram revisados por pares ou publicados em qualquer revista médica.