Falha global de tecnologia trava bancos, hospitais e aeroportos

Voos que ficam em terra, bancos offline e meios de comunicação sem emissão. Esta sexta-feira, 19 de julho, empresas e serviços em todos os continentes sentiram a interrupção de tecnologia, ficando reféns de software, segundo relata a AP. Empresa de cibersegurança CrowdStrike afasta hipótese de falha de segurança ou ataque cibernético.

A Microsoft emitiu um comunicado informando que todos seus serviços foram afetados após uma falha que afetou Teams, PowerBI e Fabric. A Crowdstrike admitiu que a causa do problema foi uma atualização do seu software, que protege o Microsoft Windows de ataques de hackers.

O CEO da Crowdstrike, George Kurtz, afirmou que “O problema foi identificado, isolado e foi implementada uma correção”, garantido que os problemas não afetaram outros sistemas operativos.

Segundo a Microsoft, na origem do problema terá estado uma atualização do software Azure. O Azure usa a ferramenta Falcon, da empresa de cibersegurança CrowdStrike, que serve para detectar e monitorar possíveis ciberataques.

Um dos softwares afetados é o Microsoft 365. A Microsoft já anunciou que o problema estaria em fase de resolução gradual, no entanto, os problemas foram aumentando durante as horas seguintes.

De acordo com o site DownDectector, onde utilizadores reportam falhas de Internet, os serviços da Visa, da segurança ADT e da Amazon, e de companhias aéreas como a American Airlines e a Delta foram afetados pela intermitência tecnológica. Além disso, hospitais, clínicas, consultórios, farmácias e alguns serviços de saúde também estão na lista do apagão tecnológico.

O Microsoft 365 publicou no X que a empresa estava a “trabalhar no redireccionamento do tráfego impactado para sistemas alternativos para aliviar o impacto de uma forma mais conveniente” e que estava a “observar uma tendência positiva na disponibilidade do serviço”.

https://x.com/MSFT365Status/status/1814083047953760414?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1814083047953760414%7Ctwgr%5E35e6a99b3e856f11af8c0be2ff0b7b183607de95%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.euronews.com%2Fbusiness%2F2024%2F07%2F19%2Fhow-the-global-microsoft-it-outage-is-impacting-businesses-worldwide

Ainda segundo o Downdetector, no Brasil, Banco Pan, Bradesco, Neon e Next reportaram problemas.

Em Israel, os ministérios da comunicação e da saúde assinalaram problemas com correios e hospitais .

Nos EUA, a FAA disse que as companhias aéreas United, American, Delta e Allegiant suspenderam voos.

No Reino Unido, companhias aéreas, ferrovia, hospitais e estações de televisão foram perturbados por problemas informáticos. No Serviço Nacional de Saúde de Inglaterra (NHS), a interrupção atingiu o sistema informático clínico que contém registos médicos e é utilizado para agendamento.

As operações aéreas na Índia foram interrompidas, afetando milhares de pessoas.

A Autoridade Aeroportuária de Hong Kong disse em comunicado que a interrupção afetou algumas companhias aéreas no aeroporto da cidade, o que obrigou a retomar o check-in manual.

Em Amsterdam, o corte tecnológico ocorreu num dos dias mais movimentados do ano para o aeroporto, no início das férias de verão de muitas pessoas.

Na Alemanha, o Aeroporto de Berlim suspendeu temporariamente os voos. Alguns hospitais reportaram problemas. O Hospital Universitário Schleswig-Holstein cancelou todas as cirurgias eletivas marcadas para sexta-feira, mas os doentes e os cuidados de emergência não foram afetados.

O Aeroporto de Zurique, suspendeu as chegadas, permitindo o acesso apenas aos voos que já estavam no ar.

No aeroporto de Roma Leonardo da Vinci, somente alguns voos com destino aos EUA tiveram atrasos.

A Austrália foi um dos países mais afetado pela interrupção. Os bancos NAB, Commonwealth e Bendigo, e as companhias aéreas Virgin Australia e Qantas, e empresas de telefonia e internet, como a Telstra. Os meios de comunicação social, incluindo ABC e Sky News, não tiveram emissão de TV ou rádio e relataram desligamentos repentinos de computadores com sistema Windows.

Na África do Sul, pelo menos um grande banco disse estar a sofrer “interrupções de serviço a nível nacional”, uma vez que os clientes relataram que não conseguiam efetuar pagamentos utilizando os seus cartões bancários em supermercados e postos de gasolina.

Na Nova Zelândia, primeiro-ministro interino da Nova Zelândia, informou que o problema está em avaliação e causou “incómodos” ao público e às empresas. Os bancos ASB e Kiwibank disseram que os seus serviços estavam indisponíveis.

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